domingo, 27 de maio de 2012

Uma reflexão sobre o Pentecostes


Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles.
(At 2, 1-3)

Não é incomum se encontrar pessoas falando que o Espírito Santo é quem move a Igreja Católica, que é Ele quem nos inspira e etc., etc., etc.. Você acredita mesmo nisso?

Não pretendo aqui tratar sobre os aspectos teológicos do Pentecostes (com certeza isso poderá ser analizado em diversos outros blogs e sites), mas quero falar sobre algo mais prático, sobre o que significa a presença do Espírito Santo na Igreja.

A experiência ocorrida a quase 2 mil anos foi de tamanha importância para o cristianismo, que dali em diante tudo mudou. Vejamos o exemplo de São Pedro, que não era uma pessoa dada à oratória ... mas em Pentecostes sua vida mudou, e com ela a vida de tantas outras pessoas. O mesmo Pedro que havia negado a Cristo três vezes em uma mesma noite, agora estava proclamando a vida de Jesus Cristo para 3 mil pessoas.

Santo Atanásio
Essa mudança de vida, essa força e coragem não ficaram restritas aos fatos narrados na Bíblia, pois isso tem ocorrido na história da Igreja com diversas pessoas e momentos. Assim foi com Santo Atanásio na sua luta contra as heresias de seu tempo. Também foi o Espírito Santo que seduziu Santo Agostinho, a ponto dele se tornar Doutor da Igreja. O mesmo Espírito Santo foi quem mudou a vida e deu forças para São Francisco de Assis, Santo Antonio de Pádua, Santa Teresa de Ávila, São João da Cruz, entre tantos outros, mudar a sua vida e proclamar a todos que Jesus Cristo é o Senhor.

Se pegarmos mais recentemente, o Papa João XXIII recebeu do Espírito Santo a inspiração para convocar o Concílio Vaticano II (ainda que muitos torçam o nariz para isso). O mesmo Espírito deu a perseverança e força ao Papa João Paulo II para lutar (desde quando entrou no seminário) contra o nazismo, socialismo e comunismo, para mesmo depois de levar 2 tiros ainda assim permanecer firme. Ainda, é o Espírito Santo quem conduz o Papa Bento XVI para ser firme na fé e em seu ministério, mesmo com as dificuldades que enfrenta dentro e fora da Igreja.

E o Santo Espírito é quem move a tantos outros católicos (conhecidos ou anônimos) a lutar por sua fé, pela Igreja e pelo Papa. Tantos movimentos e expressões religiosas nasceram deste sopro divino, e todos como fruto do amor de Deus pelos homens.

Minha família e o Pe. Antonio
Cito como exemplo o Padre Antonio Deiana, Vigário da minha paróquia (São João Batista Precursor, Mossunguê, Curitiba-PR). Um homem de 78 anos com diversos problemas de saúde, mas um sacerdote sempre fiel à Igreja Católica e ao Papa. Suas homilias não tem nada de superficial, sempre falando de forma calma e doce, mas quando usa a palavra para defender a Igreja e ao Papa seus olhos ardem com um fogo que incendeia meu coração. Parece um jovem com todo o vigor da idade em defesa do que acredita ... somente o Espírito Santo para fazer isso ocorrer.

Aqueles que se deixam levar por superficialidade, comodismo, relativismo, são aqueles que erram de caminho. Esse foi o caso da Teologia da Libertação, esse é o caso daqueles que resolvem "inventar" moda dentro da Igreja, e acabam agindo como protestantes, não católicos.

Nós, católicos, não podemos brincar de sermos católicos, pois assim perdemos todas as riquezas que Deus tem para nos dar na e pela Igreja. É como se entrassemos na melhor confeitaria da cidade e comêssemos apenas bolacha de água e sal e tomássemos água da torneira. 

A profundidade na religião não é definida pelo quanto você sabe ou faz, mas pelo o quanto você quer e vive. Sim, é importantíssimo ler e estudar sobre os mistérios divinos, mas diante da Sagrada Eucaristia tudo isso de nada adianta ... diante do Cristo Eucarístico é como você decidiu viver a sua fé que vai definir como será este encontro com Deus.

Uma fé profunda e decidida nos move a Deus. E é o Santo Espírito, o Consolador das Almas, quem nos guiará ao Pai. Que a partir deste Pentecostes possamos nos aprofundar em Deus, que possamos pedir ao Espírito Santo que nos conduza neste caminho. Como disse o Papa bento XVI hoje: (...) o Espírito Santo nos guia até as alturas de Deus, para que possamos viver já nesta terra o germe da vida divina que está em nós (...)

Que possamos juntos pedir, clamar, desejar a presença do Espírito Santo em nossas vidas, para que possa inflamar nossas almas, e assim nos unir a Deus.

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Fica autorizada a reprodução integral deste post, desde que citada a fonte conforme texto a seguir:
BRANDALISE, André Luiz de Oliveira, Uma reflexão sobre o Pentecostes, publicado em 27/05/12 no blog “André Brandalise” - http://alobrandalise.blogspot.com.br/2012/05/uma-reflexao-sobre-o-pentecostes.html

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